sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Se promessa é dívida, posso inscrever as não cumpridas no SPC e no SERASA. Não é?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

As coisas e seu curso.

Ás vezes gostaria que as coisas seguissem seu curso normal.
Daí me pergunto: Qual é o curso normal das coisas?
Correndo léguas de tratar do conceito de normalidade, por vezes me pego desejando que os caminhos fossem diferentes. Talvez também o fizesse se esse lampejo de desejo fosse o reflexo do mundo real.
Fizesse? E que controle temos nós sobre nossos desejos?
Talvez nossas ações sejam simples reações diferidas no tempo. Talvez nada exista sem que seja provocado. Talvez alguma divindade assim o queira. Talvez assim eu queira e nem saiba.
E o curso continua a seguir e ser seguido. Anormal que seja. Normal como o desejo de outra alma irrequieta.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Já é tempo.

Cansado. No ritmo de um fado.
E no passar das horas, desejando que o dia chegue ao fim, é que a mente esquece o mundo e passa a pensar somente em mim.
Parecia que não me olhava no espelho a anos. Da última vez não eram tantos.
Nem tantos assim eles são, mas por vezes os segundos parecem enormes e nos indagamos sobre os que ainda virão.
VIERAM!
E se causam sorrisos discretos ao invés de silenciosos e perdidos olhares, é que, no geral, valeram a pena, e que pena que passaram. As lembranças ficaram.
Que venham os próximos passos, cada vez mais intensos, e que na hora do cansaço, no devaneio de um pensamento, sorrisos esparsos se tornem frequentes na linha do tempo.
Já é tempo!

sábado, 14 de novembro de 2009

Teorias Cíclicas

Até aquilo que foge ao padrão, também o é!

Por mais que se quebrem paradigmas, tudo tem uma natureza própria. Em uma analogia bem pobre, é como se tudo estivesse na tabela periódica.

Na complexidade humana, o padrão pode por vezes se mascarar, mas ele está lá.

Existem teorias nada contemporâneas a esse respeito. Algumas delas inclusive foram ferrenhamente combatidas, pois nelas se poderia através de padrões físicos se reconhecer pessoas com tendências a psicopatias, etc.

Longe de querer formalizar um tratado sobre tal assunto, incito o leitor a prestar atenção nos padrões. Pense nas pessoas com quem se relaciona. Pense nas pessoas das quais desmotivamente não gosta. Pense nas atitudes que você crê sejam previsíveis...

Quando encontrar o padrão, ficará mais fácil entender como na vida tudo ocorre em ciclos e também enxergar de onde surgem os segmentos e grupos sociais, as formas de pensamento, as castas e como todas elas são tão necessárias á formação do todo.

Caso não tenha esse interesse, acaba-se de compravar a existência do grupo dos desinteressados. Você também é importante! :)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Parágrafo único da Lei do Gravitação

Em estando presente a variável tempo, a beleza aponta para o chão.



Te encanta pelo que não vês!!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Palavras vazias

Tinha mesmo razão o ex-ministro Rogério Magri.

Tem o que dizer e não sabe como? CRIE A PALAVRA.

O que é imperdoável é usar palavras reconhecidas para nada dizer. É falar e de nada saber.

Em um mundo de idéias vazias, a crítica pela crítica para muitos se tornou a solução. É mais fácil denegrir.

Dos tempos das Minas Gerais trago lembranças de quando glorioso era ter educação. De quando a sapiência do chucro era enaltecida. Onde palavras mal ditas e mal escritas eram infladas de saber. A essencia das coisas já importou um dia.

O conhecer está ao alcance. O entender se confunde com o querer e me parece que ninguém quer. Mui cômodo! E como em Komodo, os dias atuais estão entupidos de dragões com bocas cheias de carniça e veneno, ávidas por encontrar uma vítima.

Dos tempos das Minas Gerais trago lembranças de quando glorioso era ser bom.

Idos tempos. Ledo saudosismo

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Entre rotas e linhas de agenda, permita-se um sorriso de canto de boca em infinita cumplicidade consigo próprio.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Trecho da crônica "O Gigolô das Palavras", de Luis Fernando Verissimo

"Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenha também o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isso. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixo calão. Não merecem o mínimo respeito."

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

De uma História, todos os que passaram fazem parte, mas somente alguns serão saudosas lembranças. Presentes ou ausentes.

domingo, 13 de setembro de 2009

Ó U PORTUGUEIS!

Ora, mas imaginem só vocês o quanto eu fiquei maravilhado ao saber que o tersol no olho tem cura e que isso é uma coisa comum nas pessoas da minha faixa etária de idade e o melhor é que não há risco de vida.

Pensei que isso só poderia acontecer com quem tivesse, como eu, 82kg de peso.

Isso tudo eu descobri assistindo Ana Maria Braga, que me tirou das trevas da ignorância ao dizer que a matemática também pode ser utilizada na vida! E eu que sempre pensei que meu conhecimento sobre cálculos havia sido adquirido nas aulas de educação artística.

Mas é assim. É vivendo que vamos aprendendo e até mesmo quando a atendente do telemarketing for estar nos transferindo para outro setor, temos que ter fé na vida e saber que tudo são escadas e estamos sempre subindo pra cima.

Podend0 se pensar em como fazer o povo aprender o português, se organizam para alerá-lo.

Isso me deixa pasmo! Não entendeu? Vou traduzir para o português falado atualmente no Brasil:

ARE BABA!!!!!!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pensei e não soube responder o quão copiosa pode ser uma tediosa vida.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

De boas intenções o inferno está cheio... e de anjos por cair, o céu também!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Pedras

Há versos em que pedras são bençãos.

Há benção quando delas escapar

No raro dessabor de sentir-se diferente, quando de tantas pedras se esquivar.

Mas afinal, porque nem todos foram apedrejados?

É que de alguma forma,

nem a todos as pedras podem alcançar,

por conta de alguma força que ninguém pode explicar.

Atirar, desviar ou enfrentar?

Há versos em que de pedras nunca d`antes ouviu-se falar.



terça-feira, 28 de julho de 2009

Teoria do desejo inconsciente da não evolução alheia.

"As pessoas direitas são guiadas pela honestidade. A maldade dos falsos é a sua própria desgraça."(Rei Salomão)

E então me pergunto em que momento da recente evolução humana criou-se uma defesa individual e antecipada em detrimento do semelhante. Evolução? Semelhante?

Que evolução é essa que transformou um animal com características eminentemente sociais e políticas num ser de sórdido e mascarado individualismo?

Existem, e não são poucos, os que não conseguem assistir a evolução alheia, e o que é pior, ainda tendem a usar de artifícios para evitá-la.

Sabe daqueles comentários do tipo “Poxa, você tão lindo(a) cheio(a) de si, vai namorar? Isso não combina com você”.? Provavelmente palavras advindas de uma fragata encalhada á 1000 anos que morre de medo de se ver só em oceanos de solidão.

E aqueles que tendem a condenar todos os seus projetos, mesmo que depois de um tempo ponham em prática aquilo que você aconselhado não fez? Será que você é uma ameaça ao “império financeiro” alheio? Será que estabilizado você apagaria (ainda mais) o brilho de outrem?

Há também os sóis, esses indescritíveis centros do universo, advindos geralmente de vidas confortáveis e vazias regadas a conquistas alheias, cheios de propriedade em suas teorias e conselhos que deveriam ser aplicados á sua própria vida e mesmo não sendo, são utililizados com tom de recriminação quando ditos com interesse único de te “ajudar”. Gostaria de saber o que Freud diria da frase “Faça o que eu digo e não o que eu faço”. Vão bronzear outro!

Quero crer que esse desejo da mala fortuna alheia seja algo inconsciente, advindo de algum momento de extrema dificuldade na evolução humana, mas confesso que em alguns momentos me acho descrente no homem. Me vejo perdido em meio a tanto negativismo.

É que existem idiotas como eu e talvez alguns de vocês que lêem esse texto, que não se sentem semelhantes aos semelhantes e continuam a todo momento desejando que o semelhante evolua.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Jogo do Tempo

O mal em levar a vida como se fosse um tabuleiro de xadrez, é que as regras estão em mutação a cada milisegundo.

O rei em xeque e a morte em cenários preto e branco tomam conotações e interpretações dependendo do jogador, que por vezes, joga sozinho. Sim, pois nem sempre o desafiado está na frente do tabuleiro. Nem sempre o desafio vale.

E então, você ainda se lembra das regras do jogo? Talvez nem daquelas que você alterou.

Talvez nem das trapaças que tentou!

E êxitos, logrou?

As cartas na manga são trunfos ou truques de mágica? Trunfo em detrimento! Mágica em ilusão.

E do jogo, ao jogador resta a dívida das perdas. Dívida para com a vida, e a pior, dívida para consigo próprio pelo tempo perdido nas mesas de táticas falhas, blefes pontiagudos, e quiçá, alguma vitória a comemorar-se só.


Xeque mate!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A Construção da Alma

E como se constrói uma alma? A desfazendo.

Mitos, tabús, convicções, experiências, vivências, memória genética, se formam e vêm abaixo milhares de vezes durante a vida.

Menos doloroso se tivessemos o poder da Fênix e ao sentir o desmoronamento próximo, construíssemos uma pira na qual a alma fraca morreria e renasceria em glória. Não é assim.

A batalha interna de porquês por vezes nos afoga em redemoinhos sob mares truculentos. Esses mares, geralmente não são seus. Esses mares sequer são navegáveis.

Na terra firme, de pensamentos frios e atitudes pensadas, estão sempre ao alcance mares de sedução. Há sempre uma ilha deserta de areia branca e águas límpidas.

Na terra firme de pensamentos frios e atitudes pensadas, está sempre ao alcance aquilo que se procura ao navegar. Por que navegar?

Da vida faz parte o risco, e da inércia a dúvida. Fernando Pessoa, concordo contigo. "Navegar é preciso", mas viver também.

E é da vivência, que ao içar velas saberemos que naqueles mares podem se esconder tesouros e armadilhas e saberemos lidar com âmbas como se as águas fossem sempre um tapete de calmaria.

Ramos de sálvia, mirra e canela, e o fogo dos novos tempos em uma alma ressurge, trazendo das cinzas mais experiência. E insurge contra o que aflige, mais forte, mesmo ao acumular a carga dos pesos sofridos.

É que nem só do bem a alma é feita. É preciso revoltar-se, é preciso defender-se, é preciso amar-se.








quarta-feira, 24 de junho de 2009

Como definir um amigo?

Começo esse “estudo científico” com minha conclusão final: NÃO SEI!

Cada um encara esse ser místico de uma maneira: aquele que dá ouvidos, aquele que elogia, aquele que fala, aquele que recrimina, aquele que tem intimidade para todos os assuntos, aquele que está sempre presente, aquele que se faz presente na ausência.... vai saber.

Das vivências e deslindes das mais conturbadas situações, decidi não defini-los.

Decidi também não estipular prazos de validade, quantidade de palavras e assuntos que podem ser trocados. Aprendi que amigos, só se sabe se os tem em situações atípicas. Ás vezes até mesmo depois do término da amizade.

O impagável momento em que uma roda de amigos ri pelo simples fato de saber exatamente como cada um pensa, por se imaginar a reação de um ausente, por se ter nas mãos o liame entre ódio e amor numa provocação.

As pequenas autonomias em relação a vontade do outro, os conselhos entre amigos de sexo oposto – É, EU ACREDITO EM AMIZADE VERDADEIRA ENTRE HOMEM E MULHER, apesar de saber que isso é raro como a passagem de um cometa pela terra. Tenho isso em minha vida e não abro mão por nada nem ninguém.

Acredito também que a amizade não precisa ser a tentativa de se provar que duas pessoas podem conviver 24 horas por dia sem discussões, desentendimentos, etc.

O tempo passa. As pessoas se afastam pelos motivos que a vida nos impõe, mas fato é que refaço meus caminhos passados mentalmente e não me vejo sem essas pessoas. Traço minhas metas futuras e também não saberia viver sem ao menos um telefonema esporádico no meio de uma tarde de quarta-feira, sem um encontro, raro que seja, numa mesa qualquer com a desculpa de se beber algo e com a real intenção de se dizer o que pensa e ouvir o que se passa na vida do outro.

Há dias em que não quero novos assuntos, nem quero vestir peles sociais. Eu quero respostas previsíveis e perguntas que provavelmente responderei com um gesto ou um murmúrio qualquer. Nesses dias queremos nossos amigos, exclusivamente!

Talvez seja algum trauma de filho único, mas não gosto e ficar só, e mesmo estando, o fato de saber que os amigos estão a um telefone de distância reconforta o suficiente.

Mas e então, como definir um amigo?

NÃO SEI!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Injusto Sono dos Justos (O último texto de uma série não divulgada)

Perdi o sono.

Fazia calor, mas o estômago estava congelado. Ansiedade pela hora do encontro.

Perdi o sono.

A realidade era tão utópica quanto um sonho. O sonho era tão atípico quanto o momento.

A realidade mudou.

O sono já não veio. O sonho não veio. O torpor do vinho se tornou amargo.

Os dias passam e na vivência do novo tempo o sono vem e com ele o pesadelo também.

O monstro sonhado se confunde com a realidade? Serão premonições? Devaneios?

E o insone busca na realidade o sonífero do qual tanto fugiu. Já não são horas, são dias acordado.

A realidade é mesmo aquela do pesadelo. A solução é puro fel, como nos piores remédios.

O bálsamo não veio, a amargura não se foi. O sono do desate com a realidade chegou como uma tormenta, e tão rápido quanto um trovão se dissipou.

O sonho agora mora num canto com discrição. O pesadelo é a realidade, da qual se pediu para saber, como um prisioneiro que implora a liberdade mesmo sabendo de sua morte fora da cela. Como o vampiro que suplica pela estaca em seu coração.

Perdi o sono. Dos remédios tomados, a verdade é o pior, com efeitos colaterais eternos.

Não há o que se sonhar. Não há o que se ver acordado. E nos despertares atônitos, acorda-se do pesadelo para o pesadelo.

Seria melhor que o insone não tivesse pedido a verdade – esse tão agressivo remédio - e assim transformasse a realidade em utopia e os sonhos em realidade. Mas não se pode voltar! A verdade em dose única causa dores incomensuráveis. O sonho está ali, a um palmo da mão, mas os efeitos da verdade afastam de vez o doente.

Agora trilha-se um novo caminho de sonos amargurados, de sonhos abandonados e de realidades secas como a vida real. Até que o sono tranqüilo apareça novamente.Até que a realidade vire sonho. Até que carnavais chuvosos se repitam.

Perdi o sono!

domingo, 21 de junho de 2009

Dos dentes e das quebras

Segurar as palavras causa ressaca, quebra de dentes e idéias que compartilharei assim que lembrar!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Se cada um tem a sua própria verdade, no fim tudo é uma grande mentira!

domingo, 14 de junho de 2009

A Dialética do Monólogo

Você as vezes se sente como se estivesse falando sozinho? Como se toda discussão levasse a fim algum? Como se seus pensamentos fossem rápidos, concorrentes e desordenados demais para os ouvidos alheios? Como se na verdade você estivesse num Monólogo, representando um interlocutor de uma conversa com um ser abstrato que entende o que você fala? De que servem o diálogo e a dialética sem um bom espectador para seu monólogo pessoal? Mesmo assim, não silencie!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O erro dos outros!

Os erros dos outros (personagens de contos, vizinhos, amigos, pais, filhos, desconhecidos,etc) pertencem unicamente à vida destes e devem ser "utilizados" pelos outros unicamente como ensinamento próprio e silencioso, para que os erros não se repitam em outras histórias de vida. não são licença para errar ou desculpa para os erros próprios.

Procurar compreender os deslizes alheios percorrendo os mesmos caminhos é ato burro, sem méritos e sem resultados práticos que não os da autoflagelação.

É preciso entender que o caminho que você deve seguir é o seu, tentando utilizar como ensinamento tudo que se vê, ouve ou passa, sem julgamento ou excessivo envolvimento e mesmo que muito próximo lhe seja tampouco deverá procurar nos outros comparação que lhe sirva de alento para o modo como as coisas lhe atingem

O que você procura nos erros dos outros?
O que você procura nos lugares que frequenta?
O que você procura nas pessoas com quem anda?
O que você procura nas pesquisas que faz?
O que você busca nos livros que lê?
O que você quer encontrar nas pessoas?
Você busca o seu caminho ou você procura traçar trilhas que não são suas?

Viva a sua vida errando apenas os seus erros. eles já são suficientes!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Vivendo

VIVENDO! NÃO APENAS VIVENCIANDO.
Um texto não revisado. O tempo não permite revisões.


Já ganhei tanto tempo que me dei ao luxo de perder algum.
Já fiz tantas solitárias reflexões, que por vezes me jogo na mais pura verborragia.
Já discuti. Já me calei.
Agredi e já fui agredido.
Teorizei meus passos e talvez até os seus.
Procurei explicações científicas. Já apelei pro Divino. JÁ DESCRI DE TUDO!
Julguei e fui julgado. E como sou!!
Trabalhei mais de 20 horas por dia durante meses a fio. Já me desmotivei.
Virei noites estudando. Já vi o sol nascer em dias de festa.
Tive insônia. Tive sonolência.
Me preocupei demais. Chutei o balde, a vaca e a fazenda.
Fui submisso. Fui Tirano.
Fui humilde. Fui arrogante.
Ajudei. Tapei meus olhos.
Pensei ter amado. Tive certeza de que nunca amei. Já me convenci de que isso nunca se saberá.
Extraí coisas boas de situações ruins. Apaguei coisas ruins da cabeça por não ter encontrado nada que valesse á pena.
Já humilhei. Já fui humilhado.
Já admiti. Já menti. Já omiti.
Já pensei mil vezes antes de agir. Já agi antes mesmo de um lampejo de pensamento.
Já fui bicho do mato. Já fui social demais.
Já fui conservador ao extremo.
Fiz do medo fuga e também força.
Tive medo de magoar... e me magoei.
Tive medo de falar... e paguei pelo que não devia.
Já fiz de propósito só para não pagar gratuitamente por uma acusação.
Já refiz mentalmente toda a trilha da minha vida.
Já morei em outras cidades, já morri de rir, já vivi de chorar, já cantei, briguei, bati e apanhei, já fiz caridade, lutei por ideais e ás vezes abandonei, já tive sociedades, namoradas, colegas, amigos verdadeiros ou não tanto. Já tive surpresas e surpreendi, dancei na chuva sozinho e acompanhado, abri mão, já fiz papel de bobo da corte, já achei que escrevia bem (e me convenci definitiva e perpetuamente do contrário). Já fui gordo e já fui magro demais, já capotei um carro, já tive cachorros e gatos, já joguei capoeira, lutei judô, jiu-jitsu, muay thai e full contact atrás de uma defesa de algo que eu nunca precisarei me defender; já vi o eclipse do sol e da lua, já vi um cometa, conheci um ídolo de infância na infância e outro quando adulto.

Acampei, viajei 200km de bicicleta, estudei teclado e piano, tive assiduidade nas missas dominicais, me apresentei em público, fui a apresentações de orquestra de câmara e já vi ao-vivo alguns dos meus ídolos do heavy metal.

Tentei mudar as pessoas e já senti responsabilidade sobre elas, ouvi o mesmo disco um dia inteiro, cozinhei pra alguém, toquei violão numa roda, já tive uma arma, já feri com as palavras. Li “Fernão Capelo Gaivota” uma dezena de vezes, já decifrei códigos e inventei fórmulas. Já me convenci das fórmulas impraticáveis, fui o primeiro aluno da sala e um dos últimos mesmo nunca tendo repetido um ano apesar de por vezes ter merecido, dei aula particular de inglês e informática, já ensinei química orgânica pra um grupo de desesperados,

Fiz curso técnico em química quando tinha certeza que iria ser um guitarrista, fiz cursinho achando que nunca faria faculdade, fiz vestibular para ciências da computação tendo a certeza que seria advogado, advoguei sabendo que uma única atividade não me satisfaria.

Já fiz rapel e já tive medo de subir no telhado, comprei uma roupa que nunca usei, peguei emprestado algo que nunca devolvi, recebi um bilhete anônimo. Já me furtaram algo, já bebi na pior birosca do mais longínquo interior gostando mais que se estivesse no melhor restaurante da capital, já morei sozinho.

Tive cinco coleções simultaneamente, dentre elas, a coleção de palavras e vivências que me fazem num dia cinzento e extremamente adverso como o de hoje, sentir as páginas virarem e vários pesos serem deixados para trás para se juntarem ás minhas experiências, que não são poucas, mas são ínfimas perante tudo aquilo que ainda viverei.

É o que verificarei a todo 27 de maio ao refazer este texto.